Matéria escrita originalmente por Vitor Soares e publicada no portal Na Prática em agosto de 2022.
Marcela Aguiar, de Minas Gerais, se formou em Direito pela PUC em 2018. Aos 26 anos, deu um salto inesperado na carreira ao ser aprovada no Programa de Desenvolvimento de Lideranças do Ensina Brasil.
Alocada em Caruaru, Pernambuco, ela se viu em um ambiente totalmente diferente do escritório de advocacia onde trabalhava: além de enfrentar a vulnerabilidade do entorno escolar, Marcela lidou com a pandemia de Covid-19, que agravou os desafios na educação pública.
A experiência de Marcela como professora a motivou a continuar na área educacional. Ela trabalhou em empresas privadas, foi trainee de gestão pública e, atualmente, está na Secretaria Estadual de Educação da Paraíba.
Marcela agora trabalha com políticas públicas para implementar o ensino integral nas escolas da Paraíba. Para ela, esse modelo é crucial para a educação no Brasil e já traz benefícios onde é aplicado.
“O(a) estudante passa um tempo maior na escola, se alimenta melhor, acessa uma gama maior de disciplinas e tem a oportunidade de construir um projeto de vida”, explica ela. “São coisas que muitos deles não têm no modelo de ensino tradicional”.
Os aprendizados de Marcela
Segundo Marcela, ter passado pelo Ensina Brasil foi um divisor de águas na sua vida. A experiência em sala de aula, ela diz, possibilitou que ela desenvolvesse habilidades de liderança, comunicação assertiva e escuta ativa.
Essas mesmas habilidades seguiram comigo em todas os vínculos profissionais que eu tive após o Programa”, explica. “Os dois anos como Educadora-Educanda na Escola Municipal Prof José Laurentino Santos, em Caruaru, me permitiram ter sensibilidade, empatia e propriedade do contexto complexo que é uma escola, um estudante, uma gestão e toda uma rede. Toda essa vivência e esses aprendizados foram essenciais para o meu vínculo atual.”
Além disso, Marcela diz que a experiência a ajudou a entender um valor que é comum a todos que passam pelo Programa: o de que todos são alunos.
‘Ser professora me ensinou, acima de tudo, que a sala de aula é muito mais um ambiente de troca do que de transferência de conhecimentos. As trocas com os estudantes, assim como em qualquer outro espaço de trabalho que eu ocupo e que eu venha a ocupar, precisam ser estabelecidas em um ambiente seguro para errar, para recalcular a rota e, principalmente, precisam ser construídas coletivamente.’ “